Eu Diria Isso

18.11.06

Dance conforme a música (Apenas um poema sem forma escrito durante um curso de contabilidade...)Viva a hipocrisiaO molde sem essênciao corpo sem alma que sustenta a humanidade.No nosso caminho você será um escravo,Nos outros um defunto.Exerça sua liberdade de escolha.Confunda vida e carreiraSeja O advogadoA secretáriaO MédicoNão tenha personalidade.Não busque sentido para nadaO único fim é o dinheiroInglês é a língua universalGrego está fora de modaVocê quer ser mais um fracassado?Troquem suas máscarasA peça já é outraE você... está fora do elenco.Assista ao Espetáculo...Vinicius D. Pablos 21/10/2006.

2.11.06

Horizontes de outono

Horizontes de Outono (Fabio Altro)

Cada vez que te encontro
eu me perco em devaneios
na embarcação que me leva sem destino
ao oceano destes dias
em que avistei tantos portos
que meu diário de bordo
é incapaz de saber dizer
quanto tempo faz
que eu nem sei se eu...
Eu nem sei se vou saber mais voltar.

Meu encanto se foi com o vento
e partiu-se em pétalas
que dançam ao redor de teu farol
a implorar pelo apreço de teu olhar
quando o orvalho em que minha nau navega
não pode mais esconder
ser das lágrimas dos anos que perdemos
mudando nossos rumos
e rasgando nossas velas
pra prosseguir a esmo.

E é fato que não sabemos
se voltaríamos a encontrar
o que deixamos o tempo ruir
fechando os olhos
mas mesmo assim eu...mesmo assim eu... queria tentar.

Náufrago com o corpo cansado
no breu aguardo a tempestade
decidir se me atira outra vez às tuas praias
ou se enfim me leva às rochas
pra descansar.

E é tudo tão covarde...
deixar morrer as chances
por medo que barcos de papel não suportem
as cargas clandestinas
que fingimos não acumular com o tempo...

E é tudo tão impossível
que ateamos fogo nos remos.