Eu Diria Isso

24.10.07

"Sempre que vejo a campanha e a arrecadação gigantescas do Criança Esperança, me vem logo o pensamento: 'Vai faltar criança' ". (Millôr)

Voce acredita no amor ?

Um homem andando pela rua.

Ele para, pensa, avalia.... e derrepente se vira.

Se vira de uma maneira tão repentina que as pessoas se surpreendem, ele mesmo se surpreende.

E então ele vê as coisas que ele deixou pra trás, tantas coisas que passaram que estavam lá e ele não viu.

Árvores.... quanto verde havia naquela rua, e ele não viu ! Casas, pessoas, letreiros.... ele tambem não tinha visto nada. Ele parou fechou os olhos e sentiu aquele momento, sentiu o vento de entardecer tocar sua face... que vento gelado e fresco como não tinha percebido antes ?

Então o homem notou que do outro lado da rua, havia uma moça, que tambem olhava pra trás... os olhares dos dois cruzaram-se...

Deis de então nunca mais se separaram.

As vezes passamos reto por coisas muito preciosas em nossas vidas, observe atentamente a todas as coisas que o cerca, pois o amor a vida esta nas pequenas coisas, e somente tendo amor a vida é que pode-se conquisar o amor de verdade.

1.10.07

Trecho 01

No mínimo, curioso. E também dá muito o que pensar...

***

"Heloísa é uma conquista mais a acrescentar às da inteligência. E é antes de mais um assunto de cabeça como dos sentidos. Sabe da existência da sobrinha de um confrade seu, o cônego Fulbert: tem 17 anos, é bonita e tão culta que a sua ciência se torna já célebre em toda a França. É a mulher de que precisa. Não suportaria uma pateta; também lhe agrada que tenha boa aparência. Por uma questão de gosto e de prestígio. Friamente, elabora um plano que resulta para lá de todas as expectativas. O cônego confia-lhe a jovem Heloísa como aluna, lisonjeado por lhe encontrar tal mestre. Quando falam de salário, Abelardo não tem dificuldades em fazer aceitar pelo econômico Fulbert um pagamento em gêneros: teto e alimentação. O diabo espreita. Entre o mestre e a aluna foi o amor à primeira vista: comércio intelectual, em breve comércio carnal. Abelardo, com o diabo no corpo, abandona o ensino, os trabalhos. A aventura arrasta-se, aprofunda-se. Nasce um amor que nunca mais terminará. Resistirá às contrariedades e depois ao drama."


(LE GOFF, Jacques. Os intelectuais na idade média. Lisboa, Gradiva Publicações: 1984. p. 55s.)