Eu Diria Isso

31.5.07

Show me a happy man, and I´ll show him the truth

"Por um momento, houve jovens que acreditaram que poderiam fazer as coisas serem melhores se fossem melhores eles mesmos.
Eles foram melhores...e não fez a mínima diferença."
Janis Joplin.

PS: Tenham um bom dia!

26.5.07

De repente.. a luz

"Angústia é covardia de terno e gravata."

Vinicius D. Pablos

25.5.07

Em resposta aos comentários sobre o post abaixo, cito W. Benjamin:

"O homem de hoje não cultiva o que não pode ser abreviado".

20.5.07

Comunicação ou Confusão?

“A contradição que se mostra tão enigmática em face do pensamento usual provém do fato de termos de utilizar a linguagem para comunicar nossas experiências íntimas, as quais, em sua própria natureza, transcendem a lingüística”.

(D. T. Susuki).

Imaginemos o início da comunicação verbal:

Em algum momento, houve a necessidade de códigos para resolver situações corriqueiras; para avisar de algum perigo – como o ataque de um animal – criou-se o signo “CUIDADO”(1), por exemplo. Seguindo esse raciocínio, podemos dizer que a comunicação se aprimora segundo as necessidades humanas. Depois do primeiro estágio da comunicação (verbal), surge a escrita, com a intenção de armazenamento e transmissão de informação. Por volta de 400 a.C., Roma adapta o alfabeto grego e este é mantido praticamente o mesmo nos dias de hoje.

Além disso, esse desenvolvimento se dá de maneiras diferentes, em culturas diferentes. Exemplo disso é a língua esquimó, que tem seis nomes diferentes para vários estágios da neve, ao contrário do português, que possui apenas a palavra neve. “Assim podemos dizer que a estruturação da língua influencia a percepção da realidade e o nível de abstração e generalização do pensamento"(2).

Podemos ainda dividir esses signos em dois grandes grupos: concreto e abstrato.

O signo concreto é aquele que dá nome às substâncias à vista do ser humano, por exemplo: pedra, água, sol etc. Para que essas palavras constituam um repertório lingüístico, é necessária uma aceitação, uma convenção aceita pela sociedade, de que aquele signo representa aquele objeto, já que o nome é escolhido de forma arbitrária – não há nada acerca da palavra água que nos remeta ao objeto por ela representada.

O signo abstrato dá nome às qualidades subjetivas, como sentimentos, regras morais, e qualquer coisa que vá além do campo sensível comum aos homens, por exemplo: dor, prazer, mal, justiça, beleza etc.

A partir disso, como pode um sistema de símbolos criado, a princípio, para ações e necessidades básicas, transmitir o pensamento de alguém de forma fiel?

Já se admite essa impossibilidade quando, no caso de um texto, o autor e o leitor se encontram em diferentes contextos. Por exemplo, tentar entender o pensamento aristotélico no contexto atual, ou pior, aplicá-lo aos dias de hoje(3).

Outro exemplo clássico é a exegese, que se trata da prática da hermenêutica sagrada que busca a real interpretação dos textos que formam o Antigo e o Novo Testamento. Vale-se, pois, do conhecimento das línguas originais (hebraico, aramaico e grego), da confrontação dos diversos textos bíblicos e das técnicas aplicadas na lingüística e na filosofia(4). Ainda assim, dessa técnica surgem interpretações divergentes (exegese Rabínica, Protestante e Católica).

É sabido que, num determinado período de tempo, tem-se um contexto único. Aceitar um contexto geral, este sendo a soma das individualidades, tampouco resolve o problema.

Quando eu escrevo amor, essa palavra chega a cada leitor da mesma maneira – fisiologicamente falando – mas o seu entendimento depende da experiência pessoal, formada a partir das lembranças boas e ruins acerca do amor. Para resolver esse impasse (ou escondê-lo), recorre-se ao conceito de amor ditado pelo contexto geral do momento e, mesmo assim, a gama de definições diferentes torna o sentido original intangível.

A discussão toma monstruosa proporção quando se tem por tema tópicos morais. Nesses casos, as generalizações – ou convenções – tom am lugar, e todas as subjetividades são trocadas por uma falsa objetividade. Como decidir o que é certo e errado, e para quem? A mídia usa esse relativismo primordialmente, como forma de manipulação e alienação, criando e destruindo conceitos ao seu bel-prazer.

Os místicos orientais têm uma forma interessante de lidar com isso. Eles “também têm consciência do fato de que todas as descrições verbais da realidade são imprecisas e incompletas”(5). Ainda assim, preferem acentuar essa incompletude criando paradoxos “a fim de expor as inconsistências que derivam da comunicação verbal, e de exibir os limites dessa comunicação”(6):

Quando um monge indagou de Fuketsu Ensho “quando a fala e o silêncio são ambos inadmissíveis, como podemos evitar o erro?” – o mestre respondeu:

Lembro-me sempre de Chiangsé em março

O grito da perdiz,

O aglomerado de flores fragrantes(7).

Concluindo, é necessário que deixemos de lado nossa inocência em acreditar que a leitura de um texto nos permite entender seu conteúdo de uma forma única. Porém, não caiamos num ceticismo aporético. É preciso seguir o exemplo da Filosofia que, mesmo perante a impossibilidade de alcançar uma verdade absoluta, fundamenta sua existência na busca da mesma.


(1) Exemplo ilustrativo

(2) SCHAFF, A., Linguagem e conhecimento. Coimbra, Almedina, 1974. p. 252.

(3)Tentativas não faltam.

(4) PACOMINO, L., PADOVESE, L., FISICHELLA, R. Dicionário Teológico Enciclopédico. São Paulo, Loyola, 2003.

(5) FRITJOF, C., O Tao da Física. São Paulo, Cultrix, 1983. p. 40.

(6) Idem, ibidem, p. 41.

(7) WATTS, A. W., The way of Zen.



13.5.07

¿Romantismo cibernético?

De fato, sempre fui partidário da interpretação polissêmica do texto e realmente acho uma idiotice criminalizar alguns livros só porque parecem 'fantasia', 'coisa de criança' ou 'romancezinho melado'. Mas será possível que Camilo Castelo Branco no século XIX já tenha previsto o Orkut (e todos os problemas conjugais que ele trouxe)?


"... se absteve de me dar ansa a esgaravatar-lhe coisas particulares da vida - 'particulares', dissemos, para sustentar à palavra a fama que o dicionário faz correr; sendo aliás de toda a evidência que não há aí coisa mais nua, mais pública e assoalhada que tudo quanto se chamam 'particularidades da vida privada', mormente quando o divulgarem-se torna e redunda em filaúcia de uns tolos célebres, que seriam invejáveis, se as próprias coroas, com que cingem as frontes, lhes não dessem muito que doer com espinhos escondidos (...)" (Camilo Castelo Branco, "Amor de Salvação", cap. I)

7.5.07

"Quem avisa amigo é"

(Diogo Dias)

4.5.07

Para refletir . . .

Educação é uma farsa!
José Luiz de Paiva BelloRio de Janeiro, 1998. (revisada e alterada: out. 2002.).

Diálogo entre dois professores no corredor de uma escola: "- Então você reprovou o estudante Fulano? Por que? - Porque ele não sabia escrever. - Mas você é professor de História e ele foi aprovado pela professora de Português. - Mesmo assim ele não sabia expressar suas idéias na minha disciplina. - Ora! Se todos os outros professores aprovaram você tinha que aprovar também. Você não pode ser diferente dos outros. - Mas ele não conseguiu assimilar o conteúdo da minha disciplina. - Não interessa! Reprovar por que?" Essa me foi contada por um colega professor de uma cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro: "Tive um estudante na sétima série que era analfabeto. Eu, por achar lógico, reprovei-o na minha disciplina. Por tê-lo reprovado todos na escola, professores, funcionários e estudantes, pularam em cima de mim como se eu tivesse cometido um crime. Fiquei curioso, como professor novo na escola, e fui procurar saber o motivo de tanta revolta contra mim. Descobri que o estudante em questão era sobrinho da muito querida faxineira. Por ser um menino 'muito bonzinho' a professora da primeira série do primeiro grau aprovou-o e jogou o problema para a professora da segunda série. A professora da segunda série, por achá-lo também 'muito bonzinho', repetiu o ato irresponsável da professora anterior. E assim foi até a sétima série, quando caiu sob a minha responsabilidade. Resultado: o menino, então com treze anos, era analfabeto e não poderia continuar os estudos; teria que sair da escola e passou a ser considerado um estudante 'especial'" Outra história de professor: "Fui demitido de uma faculdade porque reprovei a filha do dono. Em trinta dias/aula ela só assistiu um dia. Mesmo assim o Diretor, que era o dono, se sentiu no direito de me mandar embora. A qualidade das minhas aulas e a aprendizagem dos estudantes não estavam em questão." Mais outra de uma escola estadual de primeiro grau no subúrbio do Rio de Janeiro, contada por outro colega, professor de História: Num Conselho de Classe os professores discutiam a promoção de estudante por estudante. A professora de matemática dizia que um de seus estudantes não foi bem, mas sugeria a aprovação dele já que seu pai vivia bêbado, sua mãe era prostituta e o estudante estava envolvido com drogas. Todos do Conselho votaram pela aprovação. A professora de Português, falando de outro estudante, dizia que ele não tinha conseguido um rendimento satisfatório, mas, como estava envolvido com drogas, sugeria a sua aprovação para estimulá-lo nos estudos. Todos do Conselho votaram pela aprovação. A professora de Geografia citou uma outra estudante que não tinha ido bem, mas como ela soubera que esta estudante tinha se tornado prostituta, a aprovação poderia tirá-la desta vida. E assim foi até que passaram a analisar uma estudante que havia tirado ótimas notas em todas as matérias. Meu colega perguntou pelas condições familiares e de vida desta aluna. Ao saber que seus pais eram honestos e trabalhadores e a aluna uma menina comportada, votou pela reprovação dela: "Ora! Se estamos aprovando todos aqueles que trazem problemas familiares e vivenciais, esta aluna não faz mais do que sua obrigação de tirar nota dez em todas as matérias. Como não tirou, voto pela reprovação". É claro que meu colega estava ironizando o ridículo Conselho de Classe. Bem, não vou ficar contando histórias que todos os envolvidos em educação estão cansados de conhecer. Aliás, se tivesse que contar essas histórias aqui daria para preencher um grosso livro. Mas isso é a educação formal. A realidade das escolas não é o que se apregoa sobre educação. Você que está lendo este texto, e trabalha numa faculdade de Pedagogia, faça um teste: pergunte ao professor de Psicologia da Educação ou o de Estatística (se eles não forem Pedagogos por formação, o que soe acontecer...) o que é Pedagogia. Esta é a característica principal das nossas faculdades: os professores, na sua maioria, não conhecem a área de atuação dos estudantes que estão formando vão trabalhar. Não estou me referindo apenas a Pedagogia; refiro-me a qualquer curso de graduação. É comum encontrarmos professores de Psicologia da Educação que, durante toda a duração de seu curso, só se referem a Freud, Klein, Reich e não fazem nenhuma referência a Piaget. Aliás, conheço casos de Pedagogos recém formados que nunca ouviram falar de Piaget. De Montessori e Freinet então, nem se fala; são raros os cursos de Pedagogia que conseguem repassar o que é a didática montessoriana ou freinetiana. Quando muito estes autores são trabalhados, de forma sucinta, na disciplina História Geral da Educação e, mesmo assim, para colocá-los dentro de uma escola teórica pedagógica. O nosso Paulo Freire é um ilustre desconhecido dos nossos cursos de graduação em Pedagogia. Por falar em didática, o que dizer da didática das salas de aula dos cursos superiores? A aula dada através de "seminários"? Será que não existe um cérebro são neste país para denunciar isto como uma prática de charlatanismo? A "aula dada" através de seminário representa o mesmo que o paciente entrar num consultório médico, para fazer uma pequena cirurgia, e o médico tratá-lo através de um ritual "voodu". Os professores que aplicam a "didática do seminário" consideram "aula dada" as apresentações feitas pelos estudantes que, pelo menos teoricamente, não sabem o que é didática. Eles repassam aos estudantes a responsabilidade do planejamento da aula, que deveria ser sua, e o saber de uma técnica, que deveria ser seu. A prática da apresentação do "seminário", inclusive, é o próprio atestado da farsa, onde os estudantes copiam trechos de livros, entregam um trabalho escrito ao professor e fazem uma leitura enfadonha diante dos demais estudantes desinteressados. E o mais grave é que os professores consideram esta leitura como "aula dada" e "matéria para a prova". Então os estudantes têm que correr para os livros para estudar ("a parte dos outros", se não a própria parte, já que o trabalho apresentado foi copiado da Internet) aquilo que o professor deveria ter facilitado a eles. E isto quando se tem "provas", porque, na maioria das vezes, as notas são dadas para a apresentação do "seminário", que não passou de uma leitura enfadonha de uma cópia de trechos de livros. E então, o professor, do alto de sua galhardia pedagógica dá nota 7 para um, nota 4 para outro, nota 9 para outro e outras notas para outros. Agora eu pergunto: cá entre nós, colegas, vocês acreditam mesmo que esses professores tenham critérios sérios para avaliar o desenvolvimento da aprendizagem através da prática do "seminário"? Quais serão os critérios adotados para dar uma nota 7 a alguém que foi lá na frente para fazer uma leitura. Se a avaliação fosse para um curso de arte dramática até poderíamos entender... E o que dizer do "fichamento", prática tão comum de tantos professores? O fichamento parece uma "Torre de Babel", onde cada professor exige dos estudantes aquilo que ele mesmo considera fichamento, desconsiderando, na maioria das vezes, as técnicas do fichamento e as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas, a ABNT. Já presenciei professor pedir para seus estudantes "fichamento em grupo" (!?). O fichamento, com certeza, é uma técnica interessante de estudo, mas perdida pela incompetência generalizada. Mas por que então ninguém reclama? Porque é cômodo para todos. Para o professor que não precisa planejar sua aula; para o estudante que copia trechos de livros (quando não só assina seu nome na "cópia" feita pelos colegas, garantindo a sua nota) e para a instituição que garante a permanência do estudante. No final do semestre ninguém aprendeu nada, mas deu mais um passo decisivo nesta "corrida de obstáculos" em busca daquele pedaço de papel que o "rito de passagem" resolveu chamar de diploma. O mais espantoso é que, para aqueles professores que entram numa sala de aula de um curso superior, isso é muito evidente, muito fácil de se constatar. É fácil perceber que os estudantes não estão aprendendo. Não só na disciplina ministrada por eles mesmos como nas ministradas pelos colegas. Trabalhei num curso de Administração de Empresas em que nenhum estudante de uma turma do penúltimo período conheciam Fayol ou Taylor (!?) e suas teorias sobre administração. O professor Lauro de Oliveira Lima, em seu livro Mutações em educação segundo McLuhan, baseado na teoria da Comunicação de McLuhan, diz que a causa deste fenômeno é a ênfase que se dá ao diploma como fim último da dinâmica escolar. A escola não está preocupada em exercer suas atividades para valorizar a aprendizagem e sim em entregar o diploma no fim do curso. A educação, neste sentido, não passa de uma mera "corrida de obstáculos". Quem conseguir "passar" pelas dificuldades do percurso ganha o papel chamado de diploma no final da "corrida". Ora, o diploma nada mais é do que uma forma de se criar uma hierarquia social onde alguns obterão "status" social, outros não. Percebendo isso sabemos que a educação é um jogo de cartas marcadas, onde, "a priori", sabemos quem sairá vencedor. Neste jogo injusto o diploma apenas dá ao seu possuidor o direito legal da manutenção da posse e do lugar social de seus descendentes. Quem não sabe que a educação é discriminatória? Quem não sabe que existem escolas de ricos e de pobres? Podemos dizer que os estudantes das escolas dos ricos "aprendem" melhor do que os das escolas dos pobres? Lembro aqui de uma história contada por Ricardo Mella, educador anarquista, na Revista "Acción Libertaria" e transcrita no livro Educação Libertária:
"Ptolomeu Philadelpho, rei do Egito, pediu a seu professor, o geômetra Euclides, que fizesse em seu favor algo para diminuir as dificuldades da demonstração científica, em verdade bastante complicada naqueles tempos. E Euclides lhe respondeu: 'Senhor, não há na geometria caminhos especiais para os reis'." (Mella, 1989, p.79)
Ora, sabemos que os estudantes de qualquer escola não aprendem. Quem se formou na área de ciências humanas sabe resolver uma raiz quadrada? Ou melhor (ou pior!): sabe o que é uma raiz quadrada? O que é uma equação de segundo grau? Para que serve? O que é um pleonasmo? Uma síncrese? Uma figura de linguagem? O que é uma oração subordinada? O que é uma conjunção? Talvez não saibamos nem mesmo o que seja uma preposição. Se não somos professores de português sabemos escrever corretamente? Usar corretamente a crase, o isso ou isto, usar vírgulas, exceção é com cê cedilha ou com dois esses etc, etc e etc... Tudo isso (ou isto?) nos foi "ensinado" na nossa formação escolar. E esquecemos... Ora, se esquecemos, será que aprendemos? Se não aprendemos, então para que serve a escola? Na minha opinião para discriminar. Os professores dos cursos superiores, na sua maioria, adoram dizer que os estudantes não sabem escrever. Mas se os estudantes chegam ao curso superior sem saber escrever, sem saber expressar suas idéias, de quem é a responsabilidade? Dos estudantes ou dos seus ex-professores? Na pós-graduação a realidade é a mesma: professores despreparados, estudantes desinteressados, instituições desaparelhadas e todo tipo de desonestidade vagando pelos corredores dos cursos, do processo de seleção a entrega da Monografia, Dissertação ou Tese. Certa vez fui procurado por um grupo de estudantes que fazia um curso de Mestrado a distância, desses que só se assiste aulas nos fins de semana. Elas queriam que eu fizesse a "Monografia" (monografia é própria para os cursos de especialização; no Mestrado chama-se Dissertação) para elas. Como tivesse me recusado elas aceitaram a minha orientação para que elas mesmas fizessem o trabalho. Qual não foi a minha surpresa quando as três apareceram juntas dizendo que a "Monografia de final de curso" seria feita em trio (!?). Então não era uma Monografia (mono-um / grafia-escrita, ou seja, escrita por um) era uma "Trigrafia", novidade inventada por uma instituição que estava mais interessada na mensalidade dos estudantes do que no progresso da aprendizagem deles. Mas talvez tenha sido uma bobagem minha ter me recusado a fazer o trabalho por elas (o que me recuso até hoje), já que poderia ter ganho uns "trocadinhos" a mais. Um professor meu, do meu curso de Mestrado, de uma Universidade Federal, portanto estável em seu emprego, confessou para todos os seus estudantes, na sala de aula, que tinha mandado imprimir um cartão fazendo propaganda que estava disponível para confeccionar trabalhos de final de curso, mediante pagamento. E hoje, de tal forma a realidade está distorcida, já encontramos nos jornais anúncios de pessoas que realizam monografias mediante paga.
Isso é educação e isso tudo faz da escola, como nos ensina o professor Lauro de Oliveira Lima, "o maior circo da Terra". Agora eu gostaria de me valer dos ensinamentos de Raul Seixas ("quem tem mais razão, o cientista ou o poeta?", perguntou-me, certa vez o professor Lauro de Oliveira Lima) em Metamorfose Ambulante e "desdizer tudo o que eu disse antes": não, a educação não É uma farsa; a educação ESTÁ uma farsa. Mudar? Depende de nós, pedagogos. Mas isso é assunto para um próximo capítulo. E como diria a minha amiga Adriana de Oliveira Lima:
PEDAGOGOS DO MUNDO, UNI-VOS!

3.5.07

Pensamento da vez

" [...] sou um desperdício[...]"

2.5.07

7:00 (am) ou 8:15 (pm)

Há pouco tempo percebi que o relógio em minha cabeceira parou de andar...
Está travado às 7 horas. O curioso é que ainda ouço o 'tic-tac' (ou seja; não, o tempo não parou).
Tenho me comportado como meu relógio ultimamente. Meu corpo está parado, mas ainda sinto uma fraca pulsação (ou seja; não, o tempo não parou).
Hoje de manhã, misteriosamente, meu relógio voltou a andar.
Agora é minha vez...

1.5.07

Num domingo de manhã

Um homem estava sentado num banco de praça, com o queixo apoiado no punho fechado e olhando fixamente para frente em direção apos modelos de uma loja de roupas. Apesar de não ter sinais de cansaço, já devia estar lá há um bom tempo, pois mesmo quando o primeiro velhinho foi à padaria buscar pão, ele já se encontrava lá. E ao passar do dia, os outros velhinhos foram comprar pão, voltaram, os homens foram buscar um frango assado, as crianças foram comprar o jornal para os pais, alguns carros passavam. E o homem continuava ali. Como permanecia ali imóvel, com seus olhos vidrados na refinada vitrine, a funcionária da loja achou mais seguro notificar um guarda. Este, um tipo alto e sem peculiaridades, atendeu ao pedido da moça e abordou aquele estranho (___). Com um brado grave de intimidação, perguntou-lhe: "O que o senhor está fazendo aí?". Como ele não reagisse, cutucou-o firmemente com o cacetete e perguntou: "Quem é você?". Ao que o homem respondeu: "É justamente o que venho tentando descobrir"